sábado, dezembro 30, 2006

Previsões...


Cartas do ano: O Mundo, O Mago, A Justiça e a Estrela
(pelos vistos com continuar a olhar para as estrelas... ou para ontem)
Peixes terá um ano excelente já que vai saber aproveitar da melhor forma possível as oportunidades que vão surgir. Goza de uma protecção e sorte invulgares mas também há que trabalhar para que esta influência se mantenha. Começará o segundo semestre com energias fortes e vigorosas, terá evoluções muito positivas que o levarão a uma transformação radical na sua forma de estar. Deixe de se punir tanto e confie mais nas suas potencialidades.
(Estou p'ra ver... e já agora, quais potencialidades?)
No sector sentimental vai passar a dar mais importância à sua actual relação, para trás ficarão dúvidas que em nada beneficiavam a vida a dois. Viverá momentos muito felizes ao longo do ano com mais intensidade a partir de Março. É uma boa altura para fazer planos para uma união. Em Outubro terá de tomar algumas posições de força para chegar a uma definição por vezes terá de se mostrar egoísta para defender as suas convicções pessoais mas no final vai obter o que mais deseja.
(Qual relação? Que união? Isto definitivamente não é para mim!)
No sector profissional terá de fazer de tudo um pouco e não poderá contar com grandes ajudas ou apoios mas também não se vai importar muito com isso já que achará sempre uma forma de se divertir aprendendo a fazer coisas que até então não sabia fazer. O segundo semestre será estável e sólido tudo correrá dentro dos seus planos. Terá de fazer algumas análises e a opinião dos outros pode mesmo ser muito importante.
(Olha que bom, ainda bem que pelo menos o que eu gosto vai correr bem!!)
Não terá problemas económicos.
(Vou já já investir na bolsa! Pode ser que seja desta que eu consiga sair desta casa...)
Na saúde os seus joelhos podem trazer-lhe alguns problemas.
(Em resumo, vou ser um sucesso... mas com muitas dores!)
Melhor compatibilidade com: Caranguejo e Escorpião
Mais desentendimentos com: Gémeos e Balança
(pequeno pormenor: não conheço ninguém destes signos)
(Ideia retirada do blog: http://figurasdeestilo.blogspot.com, os meus agradecimentos à mafaldinha e que ela não fique aborrecida comigo!)

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Gato Fedorento Magazine EP2 - O Pior Hospital do País

Como é que eles conhecem o CHCR?! os gajos são omnipresentes... só pode!

Lá...


Bem longe daqui... para sempre...

terça-feira, dezembro 26, 2006

Hoje foi assim...

Mais uma reanimação... e a sensação de ser activa, de estar viva, de não haver nada mais senão aquele momento, aquele doente, aquela equipa e aquele objectivo único! Os tubos, as seringas, a medicação, o carro de emergência, a adrenalina que nos percorre o corpo, o som surreal e a rapidez das acções. o monitor a apitar, as seringas infusores, as drogas, as luvas, as aspiração de secreções, as manobras de reanimação... Hoje foi assim... hoje senti-me viva!
Hoje redescobri as saudades de tenho da UUM, de Saint Joseph (HSJ), e vou ficar por aqui porque foi bom de mais poder esquecer tudo o resto...

Futuro?

O problema da responsabilidade e do tanto pensar nas consequências é que vivemos numa impassividade, envolvemo-nos com os sonhos e não agimos. E vê-mos a nossa própria vida a afundar-se nosnossos medos. Imaginamos a bola de cristal à nossa frente e pensamos nas opções que temos. Queremos a todo o custo tomar a decisão mais correcta, e acabamos sempre por tomar a decisão que nos conduz pelo caminho mais penoso. Caminho este que, não só é o mais custoso, como ainda é agravado pelos múltiplos "ses" respectivos à outra opção não tomada.
E enquanto nos prendemos a todos os prós e contras o tempo vai passando e apodera-se a frustração, o desalento, e a sensação de não alcançar nenhum objectivo, desistência dos nossos sonhos e o fracasso do sentido da nossa vida.
Por outro lado, queremos sempre algo espontâneo, algo que nos surpreenda, que nos faça sentir úteis, vivos e que nos faça lutar, e quandop tal acontece consideramo-lo um problema, uma grave catástrofe que se abate sobre nós... quando o supramos, se nos da-mos ao trabalho de o superar vê-mos isso como um alívio e não como uma vitória...
Somos uns insatisfeitos... e uns medrosos... eu por mim, não só sou uma insatisfeita, medrosa como também uma merdosa.. perdi, perco e perderei todos os meus sonhos porque sou assim...

domingo, dezembro 24, 2006

Parabéns Eduardo!


Happy Birthday Eddie Vedder! (42 aninhos e felicidades amigo)

sábado, dezembro 23, 2006

all or none... always none for me!

O que mais esperava e temia aconteceu... mas como sempre esperamos o melhor para quem gostamos (ou pensamos gostar), ou temos, pelo menos, algum carinho guardado de reserva, quando nada mais podemos mostrar ou dar... espero que seja feliz!
Caminhava até que parou e voltou as costas, costas onde apareceram umas mãos femininas e suaves que as percorreram em sentidos actos de carinho e de afecto. Ele inclinou-se e depois voltou-se e a vasta cabeleira dela pendia. O beijo que se via...
Os meses que passaram , as ilusões que se viveram, os sonhos que acabaram como eu sempre disse que acabariam... custou-me, porque no fim sou sempre eu quem mais sofre, porque fui eu mais mais alto sonhei! Doeu e nenhuma morfina alivia...
Mas depois os velhos amigos surgem com revelações passadas que por algum motivo nos conduzem à "mó de cima" e o que podia ter ficado rachado, uniu-se... Ouvimos coisas e não as compreendemos, mas coisas que nos fazem sentir bem... Obrigado a esse meu velho amigo (que nunca saberá o bem que me fez aquilo que me foi dizendo!)
Agora devia seguir em frente e deixar de me agarrar ao passado até à altura em vou estar mais frágil e chorar, porque ainda não chorei...
Uma vez mais fico para trás, fico só, com dor imensa... e mais uma vez as portas se fecham e eu não encontro janelas abertas, porque mais uma vez surgiram as mãos femininas e suaves nas costas que quem caminhava e se voltou...

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Nunca mais passa...

Hoje (porque 24H são muitas horas) respondi a uma questionário intitulado: "Avaliação pelo Enfermeiro da Dor Crónica no Idoso"
II parte:
pergunta 7: A dor crónica deveria ser avaliada com as mesmas escalas utilizadas na avaliação da dor aguda: Sim/Não?
7.1: Porquê? porque a dor crónica é isso mesmo, crónica: nunca mais passa!
Óbvio que não respondi isto, afinal eu sou uma profissional... mas isso não me impediu de o pensar... o meu cérebro sofre de idiotice crónica.. esta também, nunca mais passa!

Alguém devia telefonar para o Guiness....

Hoje tive nove doentes: todas acamadas, a maioria com sonda nasogástrica, cheias de expectoração quase quase a transbordar, com algálias, e com pensos, muito obesas e nada colaborantes. Hoje bati o meu record: fiz 7 higienes no leito (lavei os seus cabelos, bocas - dentes/placas dentárias, etc-, cortei unhas), massajei com óleo de amêndoas, fiz os pensos todos, fiz as camas todas, e ainda coloquei um colchão de pressão alterna numa doente! Fora isso dei medicação, fiz registos, actualizei folha de pensos, actualizei cardex (folhas de medicação), discuti as atitudes rudes e não contextuais dos Dr.s, vi soros, fiz balanços, repuncionei uma doente e mantive-me sempre paciente. Hoje fiz muita coisa em muito pouco tempo... na realidade, hoje fiz o mesmo que se faço em todos os outros turnos numa qualquer Medicina Interna por esse país fora... que se lixe o "país fora", hoje bati o meu record: hoje fiz 7 higienes bem realizadas com muita qualidade no leito!!!
Hoje bati o meu record!

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Pearl Jam - It's OK


Ok, ele não sabe a letra e depois?! Ele pode! Cover dos Dead Moon, e na minha opinião melhor que o original!
(Tributo à vida, como ela devia ser!)

Sitting on the Dock of the Bay

"Sittin' in the mornin' sun
I'll be sittin' when the evenin' come

Watching the ships roll in
And then I watch 'em roll away again, yeah

I'm sittin' on the dock of the bay
Watching the tide roll away
Ooo, I'm just sittin' on the dock of the bay
Wastin' time

I left my home in Georgia
Headed for the 'Frisco bay
'Cause I've had nothing to live for
And look like nothin's gonna come my way

So I'm just gonna sit on the dock of the bay
Watching the tide roll away
Ooo, I'm sittin' on the dock of the bay
Wastin' time

Look like nothing's gonna change
Everything still remains the same

I can't do what ten people tell me to do
So I guess I'll remain the same, yes

Sittin' here resting my bones
And this loneliness won't leave me alone
It's two thousand miles I roamed
Just to make this dock my home

Now, I'm just gonna sit at the dock of the bay
Watching the tide roll away
Oooo-wee, sittin' on the dock of the bay
Wastin' time

(whistle)"
(Otis Reding)

Dá que pensar...

"A morte não é a maior perda da vida.
A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos."
(autor desconhecido)

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Estou mesmo muito farta!


Ele não me deixa trabalhar, ele não me deixa dormir, ele tira-me o apetite e não me permite comer, ele não me dá tréguas e está em constante luta comigo mesma, ele está cansado mas continua sem me deixar concentrar, sem me deixar chorar, sem me deixar agir, sem me deixar rir... ele continua dentro de mim e a possui o total controlo! Ele está doente e eu não sei curá-lo. Ele pensa sempre no mesmo e na altura de dar o passo ele recusa-me e rouba-me a vontade, instala o medo e paralisa-me com o "depois". Ele também teme, e é assim que me defende e tortura. Ele faz-me imaginar e produzir as cenas, colorir os cenários e desenhar os objectivos, ele magoa-me porque o seu produto é tão diferente da realidade e e está a perder o seu controlo sobre si mesmo. Ele pensa ruminantemente, ele espanca-me com visualizações passadas, com desejos e sonhos e depois coloca uma gaze impregnada de álcool sobre a ferida sangrante. Impregnada de reacções incorrectas, fugas e desilusões. ele provoca a dor e o ardor, o desejo e a repulsa. Ele não me ajuda a curar. Ele está a magoar-me. O meu cérebro... ele é assim.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Quem espera...

... sempre desespera!

E eu, eu continuo à espera do melhor que já não vem...

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Linha ténue entre o desejo e o desespero...

"Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite pra passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar, na aventura dos sentidos

Tu estás só e eu mais só estou
Que tu tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar, nessa tua mão deserta

Vem que o amor não é o Tempo
Nem é o tempo que o faz
Vem que o amor é o momento
Em que eu me dou e em que te dás

Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer, ser o fim de mais um dia

Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
Que a esperança foi encontrada
Antes de ti por alguém, e eu sou melhor que nada

Vem que o amor não é o Tempo
Nem é o tempo que o faz
Vem que o amor é o momento
Em que eu me dou e que te dás"
(António Variações - Canção de Engate)

Lindíssima
Gato Fedorento - Relativamente Feia (Toranja - A carta)

Porque também as "relativamente feias" merecem ser felizes...

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Tenho visto esse Zé ao espelho...ultimamente

"Que a ansiedade é um minotauro
Que se alimenta de solidão
E que a ternura é uma bruxa
Que faz milagres
Se a mente a deixar ser

O Zé está vivo e é das tais pessoas
Que sentem prazer em rir
Mas tenho visto ultimamente
Esse gosto diminuir

O Zé experimenta um certo vazio
Comum a uma geração
Que despertou da adolescência
Com "vivas" à revolução"
(A Cantiga do Zé - jorge Palma)

Crescer

(Afinal, isto de crescer custa...)

Acordei assim

Hoje acordei com medo, medo que o dia se repetisse, medo de me sentir só e de ver o quanto estou só. Hoje acordei apavorada. Vesti-me e depois de estar pronta, despi-me e voltei a vestir o pijama. Para quê sair? Para quê viver com medo de encontrar quem quero encontrar? Para quê sonhar com o que se vai fazer e dizer, produzir extensas realizações, cheios de pormenores, adereços e figurantes e depois ter uma realidade pobre que nos faz sofrer ainda mais? Os sonhos serão apenas truques, terapias de choque para os fracos sofrerem ainda mais. Nos sonhos é mais fácil, é mais bonito, somos mais felizes e depois, depois acordas e vês que o está à tua volta é apenas aquilo que tens, e o que tens não é nada, ou é tudo, mas tudo aquilo que não chega. Fora do materialisto ou da futilidade. Agora, ao fim do dia, tinha razão em ter medo. Sofri mais umas horas, horas de consciência do mal que tenho feito a mim própria, do desperdício de vida que vou agastando. E apercebi-me que o meu medo é real e sustentado. Não saí, mas também não fiquei onde estou.
Hoje, quando me vesti, olhei-me no espelho e pensei para quê o esforço, para quê os objectivos.. tudo é efémero, dolorosamente efémero quando estamos sós. Estou só e tenho medo, medo que esta solidão se prolongue... e a vida ainda caminha pela manhã... apavorada que a solidão se prolongue pela tarde e pela noite da própria vida. Aterrada em pânico que a vida adormeça sem ter tido a oportunidade de não me sentir só e infeliz.
Hoje acordei assim...

domingo, dezembro 03, 2006

Rumo

Corpo cansado, não abandones nunca o teu rumo apesar do cansaço visível. No fim, porque existe sempre um fim, terás o repouso merecido. Não esmoreças na viagem penosa e sem vista sobre o seu terminus. Melhores dias poderão vir, ou não, e embora seja aterrador a perpetuação dos teus pesadelos... não esmoreças, por ti!

Às vezes...

"Sometimes I know, sometimes I rise
Sometimes I fall, sometimes I don't
Sometimes I cringe, sometimes I live
Sometimes I walk, sometimes I kneel
Sometimes I speak of nothing at all
Sometimes I reach to myself, dear God"
(Pearl Jam - Sometimes)

Às vezes, muitas vezes, faço aquilo que não quero e magoo ainda mais este coração mirrado pela dor, pelo aperto agudo que se acerca dele. Esta noite foi uma dessas noites em que a escolha foi errada. E agora choro, choro tanto que me sinto esvaziada... sem mais nada que possa drenar deste corpo abatido e seco.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

1 Dezembro

Para quando a restauração da minha Independência?! Tarda e não chega, nunca!

quinta-feira, novembro 30, 2006

Hoje..


Dava tudo para não ter que ser responsável e fazer o que me desse na real gana!!!! Hoje dava tudo para ser impulsiva... desde que amanhã ninguém, nem o mundo nem eu, nos lembrássemos...

terça-feira, novembro 28, 2006

Saúde?

Porque todos padecemos de uma doença mortal: a Vida.
(frase tirada do blog NEOPLASIA EXISTENCIAL)

A chave

E assim foi, num ápice passaram 4 anos, e voltei à cidade de onde havia saído. Após o terminus do curso voltei à vida do ensino secundário, vida que tanto me custou viver. Época com a qual não me identifico com nada/com ninguém. Uma regressão ao pesadelo com a agravante de já ter alcançado algo que nunca consegui nesta cidade: amigos com gostos e ideais em comum, viver só, longe de todos os que me são conhecidos, longe onde não era filha deste e daquele tal, sem nunca encontrar esta ou aquela pessoa, onde construí os meus hábitos e as minhas rotinas.
Voltei à cidade onde não encontrei nunca qualquer afinidade e pior, voltei a tudo que me custou mais viver: ao todo que era e sou e ao contexto(caldense) preconceituoso e elitista com qual nunca me identifiquei. Se hoje, passados 2 anos e meio do meu regresso estou como me vejo, sei que acontece não porque o quero ou porque me acomodei, mas porque ainda não tenho a chave para abrir a porta para sair de toda esta existência em que sobrevivo. Não desisti da busca pela chave, mas sinto que ela está longe... ou perto: num qualquer bolso ou até mesmo dentro de mim. O esforço e a coragem para me esventrar e agarrá-la (à chave), e mesmo esventrada continuar o meu caminho. Vou conseguir? Resta a angústia por algo de melhor e o pavor da continuidade do presente.
O caminho que percorro, as escolhas do quotidiano não são os mais correctos, podem não me deixar dormir de noite, mas é a adaptação ao isolamento que dita o meu futuro, tendo em conta que não consigo reescrever o meu passado.
E choro ao fim do dia... todos os dias...
Tatuagens

Brilhante! Mafalda Veiga e Jorge Palma (este último que tanto admiro pelas belas composições que realiza)

segunda-feira, novembro 27, 2006

Insónia...

Pronto era só isto, uma vez que não consigo dormir... outra vez!!

domingo, novembro 26, 2006

A lesson

"Do you see the way that tree bends?
Does it inspire?
Leaning out to catch the sun's rays
A lesson to be applied
Are you getting something out of this all-encompassing trip?"
(Pearl Jam - Present tense)

Tic tac tic tac...

O tempo que passa e me arrasta com ele. Não espera pelas oportunidades, nem ajuda a apanhá-las. O tempo que passa não me deixa sair de onde estou, e prende-me onde todos os relógios me enganam. O tempo que passa apanhou-me desprevenida e agora, seca-me o coração enquanto me escondo por entre estas quatro paredes para não o ver. Ou quando espreito e saio até ao café sorrateiramente na esperança de o ver. E nada, porque o tempo arrasta-nos com ele, prende-nos, faz-nos rodopiar sobre nós mesmos, e nós esticamo-nos e esticamo-nos, tentamos agarrar-nos à racionalidade. E quando damos por isso é tão tarde...

Expressões...

"Morto por te ver"
"Morto para falar contigo"
Expressões cujo sentido modificaram para sempre... hoje em dia, evito-as ao máximo e no entanto estou sempre a pensar nisso... :-(

sábado, novembro 25, 2006

Milagre!!!

"... andam paraplégicos..."

à Sarilho:

-"Oh pah, depois de dar banho à mulher,uma senhora já de idade, conectei os eléctrodos.. tudo bem ela tinha pace-maker, resolvi pentear-lhe o cabelo. Ela tinha um cabelo lindo, longo... no fim quando lhe ia a perguntar se ela gostava mais dele assim.. ela estava em assistolia.."
- "Boa, morreu, mas morreu penteadinha..."
- "Morta mas linda"!

"Como diria a Sarilho: esta é de morte!"

sexta-feira, novembro 24, 2006

Bem simples...

http://www.laboratoriodedesenhos.com.br/aquarela.htm

Quando tudo era bem mais simples...

Cães perdidos


Triste.

(Sad - Lost dogs - Pearl Jam)

quinta-feira, novembro 23, 2006

Mudar...

Achas que não me custa estar só, achas que não me sinto culpada de fazer o que faço, de ser como sou aos 24 anos, culpada de não ser amada, culpada de olhar para quem não consigo alcançar,, culpada pelas escolhas erróneas/cobardes, e ainda mais culpada porque não mudo? Pois isto não é novidade: sinto-me culpada da minha existência vergonhosa.
Como disse: quem perde sou eu: sem o rapaz, sem amigos, sem paz em casa, sem vida para além de respirar... Não tenho absolutamente nada. Os acasos, as coincidências, a sorte que dizes não existirem, existem. E abençoam os lutadores, os resistentes e não os fracos como eu. Eu que desisti da vida.
Como é possível tal discrepância? Como é possível que os meus amigos, que me conhecem dizem que eu sou isto e aquilo de excelente pessoa, esta e aquela qualidade e no entanto eu olho ao espelho e nada disso vejo.. e no entanto eu olho para mim e estou só: 24 sobre 24H e claro, no fim dizem-me que tenho de mudar para obter o que quero. Não entendo, não consigo compreender se sou assim, porque estou só? Porque não está ele comigo? Tu mal sabes o que é viver nesta casa, o que é que se passa na minha cabeça, e não tens a mínima noção do que sinto.. já me viste chorar, já me viste cega de raiva... mas não sabes o que é nunca ter tido o que já tiveste... Existe algo mais para além do que faço, existe uma vida que não vivi na adolescência, não vivo agora e da maneira como sou: nunca o viverei.
Tenho uma fenda profunda no peito e está a alastrar irreversivelmente. Não consigo reverter o processo.
Eu não sei lidar com o que se passou na quarta feira, eu não sei lidar e não tenho ninguém para me ajudar, a não ser para me dizerem que tenho de mudar, e de fazer isto e aquilo, quando na realidade ninguém o faz. Não quero que o façam por mim, mas preciso de ajuda! E nem isso tenho... nem isso esta vida me deu... bolas!!!
E se tu consegues viver com as tuas ideias, os teus escritores, a tua cultura, os teus problemas, o facto de teres tido sorte, acaso e lutas vencidas, ainda bem para ti... Ainda bem para ti que sais à rua e encontras sempre alguém. Eu vivo aqui, anos após ano e não encontro ninguém... Afasta-te e não me mandes mensagens de felicidade, porque isso é mostrar vida a um moribundo, sabendo ele que não a pode alcançar... Sou cadáver ambulante, decomponho-me na miséria do isolamento que chamo até mim.. porque já nem a tua amizade me pode ajudar...

Está a chover...

Saí aos locais comuns bem mais tarde... olhei em todas as direcções, esperei e desesperei, inventei mil e um ses, e depois tentei voltar à minha vida. Tentei... e hoje a chuva reflecte o meu estado de espírito. Definitivamente, a vida só tem isto para mim: trabalho, estudo e esperar que o dia se alegre se alguém aparecer por uns minutos...

quarta-feira, novembro 22, 2006

Um pouco de água no poço..

Meu amigo alfacinha, sim N., tu mesmo: obrigado pelo apoio e por me fazeres rir... o mau tempo pode passar, mas quando demora meses e nós desistimos, tudo piora e não vemos alternativas ou soluções... ambos sabemos que é fácil falar para dar apoio.. mas para quem está na pior, nada nem ninguém o consegue ajudar. Embora me encontre em constante queda neste poço sem fundo para onde me atirei, posso dizer que entornaste para lá um baldito de água e que isso não será esquecido: obrigado por te fazeres de parvo para apoiar esta parva! A parvoíce agradece companhia!

terça-feira, novembro 21, 2006

Uma história

E um dia ela deixou de existir... porque o seu nome fora esquecido, a sua voz calada, o seu riso congelado e as suas lágrimas secado... um dia ela acordou e viu que estava só, não porque a espécie se havia extinguido, mas porque não conhecia nenhuma cara, não recebia nenhuma sorriso, nenhuma chamada, nenhum convite, nenhum bom dia... as faces de que se lembrava recentemente, haviam apagado da sua memória quem em tempos as afastou, quem em tempos não se deu a conhecer, quem não abriu os braços para a humanidade... de repende, viu que não sabia o que era amar, que não sabia o que era ser amada... de repente viu que a vida era mais do que aquilo a que estava habituada... viu que a vida era aquilo que ela negara e tentara afastar, e que na realidade essa mesma vida nunca a perseguiu... viu que era apenas mais alguém que perdera toda e qualquer possibilidade de ser feliz, toda e qualquer possibilidade de ultrapassar o muro que ela própria criara. Demasiado alto e bem estruturado... De repente voltou a chorar, que era o que lhe restara de ser Ser Humano... porque tudo o resto caiu numa fenda escura e profunda como aquilo a que um dia chamou coração... e a culpa foi só dela... e não havia retrocesso neste processo de isolamento. Nesse dia ela olhou-se ao espelho e desconheceu-se, talvez pelas lágrimas pesadas, pela vida perdida, pela tristeza que tanto a abateu e modificou... se ao menos tudo tivesse sido diferente desde o princípio... e voltaram os "ses" e as dúvidas e o passado voltou a dominar o futuro já comprometido... teria o presente salvação naquela cidade, naquele Ser? Ela assim o desejava.. mas tudo foi perdido no negrume em que se tornaram os seus olhos, onde mais nenhuma luz brilhou... hoje ela caminha sem tirar os olhos do chão, e ninguém se importa.

E é tão triste...



"I know it's over
And it never really began
But in my heart it was so real
And you even spoke to me, and said :
"If you're so funny
Then why are you on your own tonight ?
And if you're so clever
Then why are you on your own tonight ?
If you're so very entertaining
Then why are you on your own tonight ?
If you're so very good-looking
Why do you sleep alone tonight ?
I know ...
'Cause tonight is just like any other night
That's why you're on your own tonight
With your triumphs and your charms
While they're in each other's arms..."
The Smiths (I know it's over)
Pearl Jam - Ship Song - 6/20/95 Red Rocks

(Original de nick Cave)

segunda-feira, novembro 20, 2006

Hobbes...


Adoro banda desenhada e não tenho vergonha de o dizer: Calvin & Hobbes são, de longe, os meus preferidos. Sou fã dos Hobbes. E quando vejo os livros que para aqui tenho, sinto-me como se voltasse à infância onde tudo era bem mais simples.. e se não tivesse mais ninguém, se os amigos de carne e osso tinham gozado comigo por causa dos óculos ou do "beicinho", ou porque era a mais nova (e todos gostamos de arreliar os mais novos!), ou pq estava de castigo porque não tinha comido a sopa ou com dor no joelho por causa da ferida realizada aquando da queda da bicicleta.. tinha um Hobbes para me confortar e então... tinha o Mundo!

Mais um dia...

Com 24 anos, já vi tantas pessoas morrerem... sem nada que pudesse fazer ou após reanimação longa, num ápice ou numa agonia.. e a verdade é que não há forma de ultrapassar isso, não há hipótese de esquecer ou dormir ou de deixar-mos de nos lembrar desta ou daquela pessoa que atravessou mais esta última fase... Sou Enfermeira, e não sei lidar com isso! E não é porque "não são familiares", "já está habituada", ou também "não podes salvar todos.. faz parte da vida". Há sempre desculpa para tudo, justificação... mas não há justificação para o inconsciente que grava todas essa pessoas a quem tentamos dar um pouco de conforto antes do desfecho. Sim, conforto.. porque dignidade, essa foi-lhe tirada e violada a partir do momento em que entra nas portas de um Hospital.. no qual lhe é imposta a nudez e exposição, a dor e a vergonha... Sou Enfermeira e não tenho como ajudar os meus doentes a superar esta sua passividade... não basta dizer que se é Enfermeiro, antes disso sou um Ser Humano, e é como tal que não sei lidar com isto...não há desculpas, não há justificações.. apenas o sentimento de impotência e inutilidade e o medo de um futuro desfecho ns condições por demais conhecidas...
Estou cansada de ver morrer...

Cuidados Intensivos... (Hospital Central)

Doentes sedados, um tubo que vai do nariz até ao estômago para dar a alimentação e hidratar, um pela boca até à traqueia ligado a um ventilador mecânico que mais parece uma árvore de Natal e com alarmes por tudo e por nada, eléctrodos colados ao peito e conectados a um monitor onde está o traçado electrocardiográfico, um Catéter Venoso Central, isto é, mais um tubo a sair da jugular do doente com uma data de lúmens onde estão conectados soros, mangas, seringas, torneiras de três vias, transdutores e ainda conectados ao monitor ou digifusa (neste caso 7 digifusas). Mais um tubo que sai da parede abdominal e que está inserido na aurícula esquerda, a dizer-nos se o ventrículo esquerdo está porreiro ou nem por isso (atenção: se o doente está nos cuidados intensivos: nem por isso!), mais três tubos que vêm, por esta mesma ordem: mediastino, pericardio e pleura todos conectados a um outro tubo que por sua vez está conectado a uma "caixa" de vácuo negativo... sendo necessário mungir (!) estes tubos todos frequentemente. Mais um tubo que está directamente ligado à bexiga (also known as Algália!) e conectado a um urimiter.. avaliada e reavalidada de hora a hora, para saber se a função renal se mantém mais ou menos (atenção: doente nos UI: menos!). Mais 2 microtubos, um em cada braço para manter as linhas arteriais. Se tiver sorte leva duas transfusões de sangue no pós operatório para não se esquecer do arroz de cabidela do mês passado, mesmo sedado não faz mal... Na melhor das hipóteses tiraram-lhe a veia safena (da perna) e com ela substituíram-lhe a coronária direita (no coração!) - coisa simples, portantos!!! Ainda outro tubo enfiado na virilha, leia-se Femural que vai direitinho direitinho ( sem parar para deixar as crianças atravessarem a estrada) para o coração e deste para a a aorta e aí, encher e esvaziar um balão (o BIA) para melhor reperfusão das coronárias e auxílio no esforço cardíaco... e ainda há caramelos que se queixam de dor hemorroidal! Ele há coisas...

Tão cardiológico que até dói!

Diz o Hélio para o BIA: "enche que é diástole" (eheheh)

domingo, novembro 19, 2006

Os 12 pares cranianos

Uma lição de Anatomia:"Os ovos mexidos parecem trampa, mas fritos a gente papa e gosta"
os - nervo oltactivo
ovos - óptico
mexidos - motor ocular comum
parecem - patético
trampa - trigémio
mas - motor ocular externo
fritos - facial
a - acústico
gente - grande hipoglosso
papa - pneumogástrico (vago)
e - espinhal
gosta - glossofaríngeo
Os meus são o equivalente a uma gemada realizada com ovos que estiveram três dias ao sol, o que é muito sugestivo. Estou farta de estudar... Já acabei o curso há 2 anos, e parece que estudo mais agora do que durante aqueles 4 anos... saudades de uma noite com sangue no álcool em que não me lembro de chegar a casa!!!

Carinho e compreensão acima de tudo!

-Tenho sede, fome e sono.
Haverá alguém mais miserável do que eu?
Ó vida triste!
Ó corpo vil que de tanto cuidado necessitas!
- Come, o teu mal é sono!

Dúvidas...

De onde vimos? Para onde vamos? Porque é que temos de passar por tantas intempéries para nos adaptar-mos ao processo de crescimento? Porque é que não simplificamos as coisas e atenuamos os nossos medos? O que vou fazer para o almoço?

Oh pah...

Eu meto-me em cada uma, que até parecem duas...

sábado, novembro 18, 2006

Jovem caldense... o mártir!

A caminho do Pópulus (o mítico café que se tornou a minha segunda casa desde os tempos do secundário!).
Pearl Jam - I Got Id (Pittsburgh, PA 6-23-06) Mellon Arena

Há 14 anos que são a minha banda favorita.. esperei 9 anos para ver esta música ao vivo e valeu a pena: tudo o resto parou, toda a gente que estava no pavilhão Atlântico (no dia 5 de Setembro de 2006) desapareceu... e foi o momento mais feliz da minha mísera existência... (seja qual for o blog em que venha a postar, este vídeo estará sempre presente). Obrigado Eddie Vedder, Obrigado Pearl Jam

O que é fácil... e o que não é...

Trabalhar 35 horas semanais (por turnos de 8 horas cada) em Caldas, ter aulas em Leiria e Lisboa todas as semanas durante este dois últimos meses tem sido um pouco puxadito. Vantagens: quando se gosta do que se faz, faz-se com um sorriso no rosto (mesmo com o ar desmazelado de quem não tem tempo para nada!) e aprende-se qualquer coisa (incrível o que se aprende quando nos damos ao trabalho de estudar!)
Desvantagens: adormecer na aula, as viagens longas realizadas sozinha, as filas de trânsito, as alimentações que não se fazem porque não há tempo, os amigos que não vê-mos porque estão nas Caldas apenas no fds e no fds trabalho e tenho aulas, o nosso lugar no café onde íamos todos os domingos, o Rapazito que deixamos de ver (com muita pena).
E apesar de tudo, não desisto... porque quando não temos nada... nada temos a perder! Incrível como é fácil lutar pelo conhecimento, esforçar pelo trabalho de que tanto se gosta... e como considero tão difícil dizer um simples olá ao tal Rapazito do café...
Há dois meses que deixei de de ir ao café, de sair à noite, de estar com os amigos... esta Quarta feira, depois de criar mossas em tudo o que é parede deste quarto, resolvi levar os apontamentos para o Pópulus (o tal café)... e ainda estudei um pouco. Mas é sempre difícil manter a atenção quando quem não espero ver ( e não se vê há dois meses) se senta na mesa ao lado... e mais uma vez não se diz Olá... resultado: concentração comprometida para o resto do dia, associado ao convite de ir comer castanhas a casa de uma amiga ( e colega de trabalho), portanto, da Estrela lá do serviço!! E depois, uma saída até ao pub. Como todas as saídas que tenho com a Estrela, esta foi mais uma excelente: Karaoke - LOL! Óbvio que não canto, nem me meto, nem gozo com quem o faz.. antes de mais, admiro e respeito.. só de pensar em falar, cantar ou estar perante uma data de gente a olhar para mim, paraliso! E depois de uma malhas bem e menos bem cantadas, eis que o tal rapazito aparece, mesmo ao fim da noite... e portanto o que é que eu faço?! Pois olho para o chão na precisa altura em que ele está à minha frente, virado para mim... sou o ser mais estupidamente timido que existe à face da terra... e pior esta mesma situação já se arrasta desde o Verão.
O que é fácil: trabalhar, estudar, não ter tempo para mais nada senão para o que tanto gosto de fazer: cuidar dos meus doentes, lutar por lhes oferecer algum conforto neste fim de vida...
O que é difícil: jogar este jogo dos olhares, tremer quando o vejo, sem perceber o porquê deste tremor, destes olhares... perceber porque mexe tanto comigo quando nem sequer o conheço e pelos visto nunca conhecerei.. porque a timidez é tanta que me desaguo em mim mesma.
Como este blog é uma bengala em que me apoio.. peço-te desde já, Rapazito, desculpa por não te ter dito nada e por ter desviado o olhos.. e por não saber jogar este jogo cujo final não é mistério para mim:"i'll end up alone, like i began". Desculpa...

Na Curva do Tempo...

Na continuidade do Paralíticos Emocionais que me acompanhou nas fases boas e menos boas destes últimos meses e que foi desactivado... Seria tão fácil que pudessemos desactivar assim, das nossas vidas, os momentos em que não conseguimos alcançar os sonhos, os momentos em que nos deparamos com as tristezas e guardar connosco apenas os bons momentos... Seja como for: Na Curva do Tempo, é onde estou continuamente! Desde que me levanto, até que me deito, desde que penso em quem penso, até ao momento que durmo e trago até mim, em sonhos, o que o meu ser necessita... Hoje reinicio (como todos os dias a minha existência) o meu diálogo com os sonhos e a minha luta com a vida...