terça-feira, novembro 28, 2006

A chave

E assim foi, num ápice passaram 4 anos, e voltei à cidade de onde havia saído. Após o terminus do curso voltei à vida do ensino secundário, vida que tanto me custou viver. Época com a qual não me identifico com nada/com ninguém. Uma regressão ao pesadelo com a agravante de já ter alcançado algo que nunca consegui nesta cidade: amigos com gostos e ideais em comum, viver só, longe de todos os que me são conhecidos, longe onde não era filha deste e daquele tal, sem nunca encontrar esta ou aquela pessoa, onde construí os meus hábitos e as minhas rotinas.
Voltei à cidade onde não encontrei nunca qualquer afinidade e pior, voltei a tudo que me custou mais viver: ao todo que era e sou e ao contexto(caldense) preconceituoso e elitista com qual nunca me identifiquei. Se hoje, passados 2 anos e meio do meu regresso estou como me vejo, sei que acontece não porque o quero ou porque me acomodei, mas porque ainda não tenho a chave para abrir a porta para sair de toda esta existência em que sobrevivo. Não desisti da busca pela chave, mas sinto que ela está longe... ou perto: num qualquer bolso ou até mesmo dentro de mim. O esforço e a coragem para me esventrar e agarrá-la (à chave), e mesmo esventrada continuar o meu caminho. Vou conseguir? Resta a angústia por algo de melhor e o pavor da continuidade do presente.
O caminho que percorro, as escolhas do quotidiano não são os mais correctos, podem não me deixar dormir de noite, mas é a adaptação ao isolamento que dita o meu futuro, tendo em conta que não consigo reescrever o meu passado.
E choro ao fim do dia... todos os dias...

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