... penso muitas vezes no que não acontece.. lembro-me do que a M.J. me disse: "V., não acontece porque não tem de acontecer"... e tendo a resignar-me quanto a isso, e penso muitas vezes na forma como uma pessoa amiga, ou que pensava eu quera amiga, me tratou... será que era porque tinha de acontecer?! Mas, para além deste fatalismo todo... porque é que eu fico triste com o descobrir o erro meu em acreditar em quem nunca teve qualquer consideração por mim, porque é que eu ainda penso nos períodos de diversão, nas saídas e nas conversas, na confinaça que se deposita nessa pessoa.. de que terei eu saudades? Da pessoa ou daquilo em que eu acreditava, isto é, no sentimento de amizade e de confiança que não sinto agora com ninguém.. da sensação de não estar completamente alienada do mundo por ter amigos em oposição à solidão que sinto agora.... Se calhar isto é uma patetice...se calhar tudo o que se passou na adolescência e agora acontece é porque tinha de ser e afinal não vale a pena pensar muito nisso, porque as pessoas que eu conheço não têm noção de que se gosto delas é mesmo a valer, se calhar porque a noção que dou à amizade ou o valor que lhe atribuo é bem mais elevado e bem mais sentido.. e se calhar é por isso que não perdoo nada... se calhar eu vou ser mais uma daquelas pessoas que vai passar a vida só, de casa para o trabalho e do trabalho para casa, a devorar cursos e formações na esperança de preencher um vazio que não vai ser preenchido nunca, simplemente porque não tem de ser preenchido...
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