terça-feira, junho 12, 2007

Em resposta ao amigo N... :)

"Se os Rolling Stones viveram para contar que o rock pode morrer de velho, os Pearl Jam são, hoje, os principais candidatos a seguirem-lhes as pisadas.
Em comparação com os seus congéneres de Seattle (Nirvana, Alice in Chains, Soundgarden e afins), era relativamente fácil descartá-los, no início da explosão do grunge, como a banda comercialona destinada a encher estádios e a passar rapidamente de moda. O tempo, que é o mais justo dos juízes, encarregou-se de repor a verdade sobre os autores de Ten.
Kurt Cobain e Layne Staley sucumbiram ao peso da verdade que os consumia, Chris Cornell aburguesou-se e perdeu relevância. Ficaram os Mudhoney, que tiveram a sorte de nunca crescer em demasia, e os Pearl Jam, que, como se viu no Passeio Marítimo de Algés, se colaram à pele de quem os ouviu pela primeira vez há 15 anos atrás.
O concerto decorreu, como os de Setembro passado no Pavilhão Atlântico, em registo best of. Quase todos os álbuns (No Code e Binarraul e Riot Act ficaram de fora) encontraram lugar num alinhamento bem representativo da carreira da banda, com a proporção certa de electricidade e intimismo. 'Corduroy', suspeita do costume, abriu as hostilidades. Seguiram-se 'Do the Evolution', 'World Wide Suicide' e 'Animal'.
Ouviram-se as primeiras frases ensaiadas em português e o público fez o que se esperava: rendeu-se. 'Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town' mudou o registo e 'Big Wave' propiciou as cada vez mais habituais referências à ondas portuguesas, tão caras aos surfistas Pearl Jam. Depois, foi uma barrigada: 'Even Flow' , 'Daughter', 'Why Go', Betterman', 'Black', Rearviewmirror'...
Também não faltaram momentos para fãs hardcore, como 'State of Love and Trust' e Crazy Mary', ou, já em final de festa, a costumeira 'Rockin' in the Free World'. Foi mais uma belíssima lição de história, mesmo que ainda haja capítulos novos por escrever.
Afinal, o que antes passava por calculismo era bom-senso, o que parecia afectação era estilo, as canções que pareciam condenadas ao esquecimento ficaram.
Sim, os tiques vocais de Eddie Vedder podem ser irritantes. Sim, os intermináveis solos de guitarra de Mike McCready arriscam-se a dar cabo dos nervos mais sensíveis.
Mas enquanto houver canções que aguentem concertos destes, os reecontros com os Pearl Jam hão-de continuar a saber bem. Apetece devolver a Eddie Vedder um dos cumprimentos que lançou à multidão, em bom português, durante o concerto: «F***-se, vocês são os maiores!».
vladimiro.nunes@sol.pt"
e não fui eu quem o escreveu.. mas a crítica em geral :P

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